sexta-feira, 11 de maio de 2012

Novo perfil de idosas é marcado por mulheres trabalhadoras, vaidosas e com vida sexual ativa


Ajuda da medicina e exercícios físicos

As mulheres que chegaram com saúde e em forma na terceira idade podem ter contado com a genética. Mas muitas ajudaram a natureza fazendo exames médicos com periodicidade e utilizando as novidades da medicina e cosmética. “Há uma cultura que as estimula a procurar o ginecologista desde cedo", diz Luiz Antonio Gil Jr., geriatra e membro da Sociedade Brasileira de Geriatria Seção São Paulo. "Mas muitas mulheres de 60 anos e de boa saúde têm procurado o geriatra para fazer trabalho preventivo, avaliação geral e identificar potenciais de risco”, afirma. Segundo ele, é impossível estabelecer até quando uma pessoa continuará ativa na maturidade, mas o médico tem acompanhando casos interessantes. “Tenho duas irmãs pacientes, uma de 95 e outra de 93 anos, que moram sozinhas, viajam e usam a internet”.

Casos assim talvez se tornem comuns no futuro, já que a média de vida do brasileiro tem aumentado. Segundo o IBGE, em 2010, a esperança de vida ao nascer do brasileiro era de 73 anos, um crescimento de três anos em comparação a 2000. Para as mulheres, essa expectativa era de 77 anos, sete a mais do que os homens.

Os cuidados com a saúde também incluem uma rotina de exercícios físicos. “Há pouco tempo, os médicos receitavam apenas hidroginástica para as idosas, por ser uma atividade de menos impacto, assim elas não corriam o risco de ter uma lesão", diz a professora de educação física e personal trainer Cloe Celentano. "Com o passar do tempo, os estudos mostraram que o impacto sobre os ossos é benéfico para aumentar a fixação de cálcio e prevenir a osteoporose. Elas começaram a procurar as academias para fazer musculação, que é indicada para mulheres acima dos 45 anos para prevenir o problema”. E, na academia, as novas idosas querem estar sempre bonitas. "Antigamente, elas usavam uma 'calçola' por baixo da calça de ginástica. Hoje estão sempre na moda e usam legging, tênis adequado e batom”, diz Cloe.


Marcos Pinto/UOL

Ligia Azevedo, 70, é proprietária de um spa no Rio

Uma das responsáveis por ajudar a cultivar o culto ao corpo no Brasil nos anos 80 foi Ligia Azevedo, de 70, hoje dona de um spa itinerante que leva seu nome. Ela ficou conhecida como a Jane Fonda brasileira porque, assim como a atriz, também fez vídeos para divulgar a ginástica aeróbica que fazia sucesso naquela década nas academias. Mãe de uma filha de 50 e avó de dois netos, foi casada três vezes. A última, aos 40, foi com um rapaz de 23 anos, relacionamento que foi um escândalo na época. “Quebrei um tabu, fui parar em capa de revista por estar com um homem mais novo. Foi pesado”, conta. O casamento durou cerca de 10 anos.

Ligia assume que fez três plásticas no rosto em um período de 30 anos, seguindo os conselhos de Ivo Pitanguy. “Ele me disse que a mulher tem que fazer plástica aos poucos depois dos 40 para nunca envelhecer, diz Ligia. "Fiz pequenas cirurgias a cada 10 anos. Por isso, quem não me vê há 30 anos diz que estou igual”. Ligia garante que não fez mais nenhuma intervenção depois dos 60. Ativa, pode ser encontrada em seu escritório ou nos hotéis para onde leva seu spa na região de Búzios, no Rio de Janeiro, acompanhando as equipes de profissionais e se exercitando com elas. Além disso, ela estuda para se tornar terapeuta em antiginástica, um método que trabalha o alinhamento corporal e corrige vícios posturais. “Quero continuar com meu spa e dar essas aulas para ajudar pessoas”, diz. Solteira, acha difícil encontrar um homem com sua idade e que acompanhe seu ritmo. “Mas quem sabe eu não encontro um de 50 de cabeça boa? Por enquanto não apareceu nenhum”, diz ela que, recentemente, participou do comercial de um cosmético destinado a mulheres com mais de 70 anos.

A dermatologia também tem sido uma aliada das mulheres quando se trata de combater o envelhecimento. A toxina botulínica, o famoso botox, desponta como o preferido de médicos e clientes para paralisar músculos e combater as rugas. Mas há também os cremes à base de ácidos e aparelhos de laser que estimulam o colágeno e tratam a pele. “De maneira geral, as mulheres nessa faixa de idade estão mais jovens do que as das outras gerações, pois temos mais recursos de rejuvenescimento, além da cultura de vida saudável”, diz Natalia Cymrot, dermatologista e mestre em dermatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. “A toxina botulínica pode deixar a pessoa bem, mas precisa de um profissional competente para aplicá-lo. E só isso não ajuda. Com a combinação de procedimentos, o resultado é muito melhor”, diz a médica.

domingo, 6 de maio de 2012